Edição especial
Vou fazer uma confissão. Já perdi a conta de quantas vezes mencionei que tem alguma edição especial aqui na Pet Letters. Só percebi que falo demais essa palavra esses dias. Não é de propósito, nem para fazer algum tipo de propaganda enganosa. É que para mim toda edição acaba sendo mesmo exclusiva, única de alguma forma. A de hoje é especial porque é de uma gatinha que eu amo muito. Não dá para imaginar os meus anos em Botucatu sem ela.
Pandora
Esse não é uma história de um humano que adotou um gato. É a história de um gato que adotou vários humanos. Isso porque, ao longo de sua vida, Pandora teve muitos lares e viveu em vários lugares diferentes – incluindo minha casa.
Tudo começou em fevereiro de 2012, nos nossos primeiros dias de faculdade em Botucatu, interior de São Paulo. A mãe da Pandora devia ser uma gata de inteligência excepcional, já que resolveu dar à luz em uma república cheia de estudantes de veterinária. Não demorou muito para a notícia se espalhar entre os colegas da turma e todos os filhotes encontrarem um lar. A última da ninhada foi adotada pelas minhas amigas e vizinhas, Débora e Tainá.
Da galera
Pandora era a dona da rua. Era uma gatinha muito ativa que adorava bater perna. Débora vivia recebendo ligações em seu celular de pessoas que achavam seu número na coleira de identificação. Pandora curtia dar uma volta na pracinha, passar no bar para roubar petiscos, dormir em telhados, ganhar arroz e feijão de um vizinho e visitar a casa de seus amigos humanos - especialmente a minha, que dividia com outra amiga. Morávamos porta com porta. Na cabeça dela, nem havia limite entre as duas casas.
Quando ficávamos sozinhas na cidade durante o final de semana, eu e a Pandora fazíamos companhia uma à outra, dormindo juntas. Não tinha tempo ruim: todo mundo ajudava a cuidar da gata durante as férias e feriados.
Nômade
Quando o último ano da faculdade chegou, em 2016, veio a vez dos estágios curriculares. Débora havia se tornado a principal responsável por Pandora e fez de tudo para manter a boa vida da gata durante esse período conturbado. Em parte do ano, Pandora estagiou com a Débora nas cidades de Piracicaba e Rio Claro. Na outra parte, Pandora viveu em lares temporários na casa de algumas amigas que ainda moravam em Botucatu.
Quando a formatura veio, complicou de vez. Débora recebeu uma proposta para morar na Alemanha, em um alojamento da faculdade que não aceitava animais. Ficou desesperada. Tinha poucos meses para decidir o destino da Pandora. Mas a resposta estava mais perto do que ela pensava.
Enquanto se preparava para a mudança de país, Débora fez aulas particulares de alemão com Christine - que era completamente apaixonada por Pandora. A professora topou tomar a guarda da gata e Débora respirou aliviada. Sabia que Pandora estaria em boas mãos. Por outro lado, também sabia que dificilmente veria a gata novamente. Débora partiu para à Alemanha e deixou um pedaço de seu coração em Campinas, onde Pandora ficaria.
A grande mudança
Três anos depois, Débora recebeu uma ligação inusitada. Christine também iria se mudar para a Alemanha, e perguntou se a Débora queria aproveitar a mudança de país para ter a guarda da Pandora de volta. Precisa dizer qual foi a resposta da Débora?
Em dezembro de 2019, Pandora saiu do verão brasileiro diretamente para a neve alemã, em uma viagem de 24h junto com Christine. Débora estava apreensiva, sem saber se seria reconhecida pela gata. Será que a Pandora se lembraria dela?
Débora pegou a gata, entrou no carro e abriu a caixinha de transporte. Pandora imediatamente encostou a cabeça no seu colo e começou a ronronar.
Como na época Débora ainda não podia receber animais onde morava, o novo lar de Pandora foi o mesmo de Patrick, namorado de Débora, que aceitou de bom grado os potinhos de comida, caixinha de areia e brinquedos de gato. Só tinha uma regra: Pandora não poderia dormir na cama.
Na primeira noite, Pandora fez um escarcéu, miando e arranhando e porta fechada do quarto. Débora e Patrick ficaram firmes e não cederam. Até que ouviram um barulho de maçaneta e a porta se abrindo. Os dois assistiram, boquiabertos, a gata conseguir abrir a porta sozinha, invadir o quarto e conquistar o seu lugar permanente na cama.
Sossegou
Hoje, Débora e Patrick se casaram e moram oficialmente juntos na companhia de Pandora, que virou uma gata de apartamento e não dá mais os seus pulinhos na rua. Mas ela faz os seus corres. Ainda outro dia trouxe um “presente” para dentro de casa, capturado na sacada - um passarinho, que felizmente estava vivo e foi libertado por Patrick.
Seus maiores problemas são a neve (detestou) e Luca, o bebê (detestou em dobro). Pandora ficou uma semana desaparecida dentro de casa depois que ele nasceu. Débora só sabia que ela estava bem pela comida que sumia do pote e pelos sinais deixados na caixinha de areia. Aos poucos, ela foi saindo da toca. Está aprendendo a interagir com o Luca e assumindo o título de irmã mais velha.
Pandora nunca teve uma casa fixa, então ela não é muito apegada ao espaço, e sim às pessoas. É uma gata que pertence ao mundo. Fico muito feliz por ela ter me escolhido pra participar da vida dela. Vai fazer 12 anos em fevereiro, e espero que o resto da vida seja tranquila e feliz. Amo muito ela. - Débora
Pet Letters indica
Tag de identificação
Imagina como seria se a Pandora desse seus roles sem uma tag de identificação? Talvez ela tivesse se perdido para sempre nas ruas do interior paulista, e essa edição da Pet Letters nunca teria existido.
É claro que ninguém espera que o pet fuja - e tomara que nunca aconteça mesmo! Mas prevenir é sempre melhor do que remediar.
Quem nunca recebeu a foto de um pet desconhecido nas redes sociais, publicações buscando um dono que, com certeza, está desesperado? Agora, imagina se esse mesmo pet estivesse identificado com nome e celular do dono? Quanto estresse e tempo poderiam ser poupados?
Essa é uma daquelas tarefas simples do dia a dia que sabemos que precisamos fazer, mas adiamos. A identificação merece uma atenção ainda mais especial em viagens e locais desconhecidos ao pet.
Você pode fazer uma tag em casa, usando couro sintético, tesoura, cola, caneta permanente e argola de metal.
E também pode encomendar uma tag profissional super estilosa com a Dog Vibe! No site tem mais de 200 modelos diferentes de tags para cães e gatos, inclusive opções com QR Code para criar um perfil exclusivo com os dados do seu pet.
Além disso, parte do valor da compra é destinado a uma instituição de apoio à causa animal - você faz uma doação sem pagar nada a mais por isso.
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Até semana que vem
Quem teve um melhor amigo de infância? Aquela amizade inseparável, responsável por algumas das melhores lembranças da sua vida? A Raquel e o Tico foram assim. A próxima edição conta a história da criança e do cão que cresceram juntos e finaliza com as palavras de uma pediatra sobre os benefícios de ter um pet na infância. Dica: talvez você queira pegar um lencinho.
Pra alegrar o último dia de janeiro. O vídeo de encerramento é simplesmente esse compilado de gatinhos sendo absurdamente fofos. 😻
Me emocionei com o reencontro da Débora com a Pandora. ❤️
Eu lembro de ter ficado muito feliz quando descobri que a Pandora iria se mudar para a Alemanha!!! Ela conquistou a todos nós nos anos de Botucatu <3