Exterminadora de árvores
Tradições natalinas, truques para relaxar seu cão na hora dos fogos e aviso de férias
Clichê ou clássico?
“Marina, é um clichê. Não sei se é interessante, mas temos uma exterminadora de árvores” – disse Camila, assim que começou a me contar a história dessa edição.
E eu te respondo, Camila, que todos os anos nós colocamos os presentes embaixo da árvore, decoramos a casa com luzes pisca-pisca, nos arrumamos para ficar na sala, assamos um chester e discutimos por causa da uva passa.
Assim como um filme de Natal da Netflix, você já sabe como essa história vai terminar. Mas vai dar o play mesmo assim.
História Real
Exterminadora de árvores
Camila costuma dizer que é a dona da Arca de Noé. Também, pudera: na fazenda onde vive no interior paulista, moram cavalos, galinhas, coelhos, cinco cachorros e dois gatos. Pareceu muito? Para a Carolina, filha da Camila, não. Na opinião dela, esse barco era do tamanho do seu coração: gigante.
Fazia tempo que ela pedia para os pais um filhote para brincar e crescer junto dela. Até que, no ano passado, a foto da Mel apareceu: a gatinha disponível para adoção em um bairro afastado da cidade. Já passava das nove da noite, mas, ainda assim, Camila convenceu o marido a irem buscá-la. A filhote de pelos cinzas e olhos cor de âmbar ficou pulando sem parar da caixinha para o banco, distribuindo pelos, miados e energia pelo carro. Já mostrava para o que veio.
Mel é geniosa e não aceita nem ser carregada no colo. A não ser que você seja a Carolina - a única pessoa livre das mordidas e arranhões. Ela gosta tanto da garota que seu lugar preferido da casa é no quarto dela, dormindo ao pé da cama. Era por ali que ficava quando chegou, quando ainda era pequena – e enérgica – demais para ter acesso ao quintal e interagir com a fazenda lá fora. Assim, Mel foi crescendo. Até que, quando completou quatro meses de vida, o mundo como conhecia mudou.
De repente haviam bolas, cores, luzes e, imagine só! Uma árvore dentro de casa! Mel ficou completamente fascinada. Para cada bola que a Camila pendurava, duas eram derrubadas. Ela não conseguia ficar longe daquela árvore. Sobrava para a dona, que não podia desgrudar os olhos da gata. Só que, um dia, a família precisou sair de casa na correria. Camila esqueceu de restringir a Mel à área de serviço, e ela se viu livre, leve e solta pela casa.
Você sabe que os casais dos filmes de Natal vão acabar juntos no final. Sabe que vai deixar presentes para a última hora, que vai comer mais do que deveria na hora da ceia e que seu tio vai fazer a piada do pavê. Também sabe que a Mel não perdeu a oportunidade de colocar a árvore abaixo. Quando a família voltou, encontrou a “magia do Natal” espalhada pela casa inteira. Camila deu um berro tão alto que tem certeza que foi ouvido na fazenda do vizinho.
‘E esse ano? Está montada”? Perguntei para a Camila. Está, sim. E intacta. Agora que tem acesso livre ao quintal, Mel parece estar ocupada demais escalando as árvores reais para se preocupar com a colorida e enfeitada do meio da sala de estar - pelo menos por enquanto.
É clichê ou clássico? O Natal parece ser feito dos mesmos eventos que se repetem a cada final de ano, mas que, ainda assim, tornam cada Festa única. Preciso agradecer aos gatos por acrescentarem mais uma tradição à essa lista. A Camila passou nervoso, mas me deu a história perfeita para fechar a última edição de 2024 da Pet Letters.
“Aqui tem vários animais e a gente acaba se apegando, como se fossem da família. A Mel é a nossa geniosa, a nossa caçula”.
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Dica do Vet
3 truques para relaxar seu cão na hora dos fogos
Comece massageando a pelanca lateral, localizada logo abaixo da inserção da orelh… Brincadeira! Quer dizer, você até pode tentar fazer uma massagem, se quiser. Isso pode fazer parte da primeira dica, que é bem óbvia: fique junto do seu pet na hora da virada, distraindo-o com petiscos, brinquedos e, é claro, carinho.
Além disso, existem três truques fáceis de serem aplicados e que podem ser bem eficazes na hora de amenizar o medo dos fogos de artifício:
Tellington Touch: por trás desse nome estranho está a incrível canadense Linda Tellington-Jones, criadora do método que estimula a saúde e o bem-estar nos animais através de movimentos e consciência corporal. Uma das técnicas mais conhecidas é a amarração, que faz com que o pet se sinta abraçado e seguro em momentos estressantes. Mas teste a técnica primeiro antes da virada - é importante checar se o cão não apresenta resistência com a faixa. Esse vídeo da Zoetis ensina direitinho como fazer.
Feromônios: Adaptil é uma substância sintética que simula o feromônio transmitido da mãe para os filhotes, dando uma sensação de calma e tranquilidade para os cães. O difusor é ideal para tornar o ambiente mais acolhedor em momentos estressantes. Basta colocá-lo na tomada em uso constante, alguns dias antes da virada.
Fones de ouvido: DogPhone é o abafador de ruídos mais recomendado pelos veterinários especialistas em comportamento animal. O importante é se atentar ao tamanho do fone na hora da compra e fazer a adaptação de forma gradual, associando o uso do abafador com reforço positivo (vulgo carinho e petiscos). Os relatos dos tutores costumam ser muito positivos, e a maioria dos cães se adapta sem problemas.
Já tentei tudo isso e não deu certo. E agora?
Calma, tem jeito para tudo. Nesse caso, considerar aulas de adestramento e dessensibilização é a melhor coisa que você pode fazer para o seu pet durante o ano que vem. Uma consulta com o veterinário também é importante: nos casos mais graves, a prescrição de tranquilizantes é recomendada.
Nota da autora
E um aviso de férias
Fechamos 2024 com 41 edições e mais de 500 inscritos nessa casa - estou me sentindo uma superstar. Obrigada por enviarem relatos tão incríveis dos seus pets. Obrigada por realizarem o meu sonho de escrever e compartilhar histórias de amor. Obrigada por me lerem. Obrigada, obrigada, obrigada!
Nos encontramos novamente no dia 22/01.
Um abraço carinhoso,
Marina
📽️Vídeo da edição
Esse doguinho representa meus votos para 2025. Que você possa viver intensamente cada momento do próximo ano, principalmente os mais simples e cotidianos. No final do dia, são os que mais importam. ❤️
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Já tomou algum susto dando de cara com uma foto em preto e branco no Instagram? Eu já. Inclusive, quase morri de rir com essa edição do
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❤️Já conhece minha outra casa aqui no Substack? Marinando é meu espaço de crônicas e contos sobre a beleza do cotidiano. Na última edição, fechei o ano dessa newsletter com uma história muito especial: a compra da primeira sapatilha de balé da minha mãe, aos 63 anos de idade.
Até a próxima!
Pet Letters é a newsletter de histórias de amor entre tutores e pets, com dicas veterinárias e curiosidades do mundo animal.
Quinzenalmente, nas quartas-feiras às 9h.
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Escrita por Marina Cyrino Leonel
Médica veterinária que trocou os atendimentos pelas palavras
hahahahaha gatos e árvore de Natal: a receita do desastre. Mas, pela minha experiência, eles usam seu poder de destruição quando a arvore é "novidade", nos anos seguintes (talvez com a calma da idade?) eles param de destruir os enfeites natalinos kkkkk
a melhor curadoria de gifs <3